Proibido esfregar
A estátua de bronze de Victor Noir, jornalista assassinado em 1870 por um primo de Napoleão III, teve que ser cercada no cemitério parisiense Père-Lachaise para evitar o assédio de mulheres que atribuem a seus generosos atributos masculinos virtudes propícias à fecundidade. "Toda a degradação por meio de grafite, toques indecentes ou outros meios pode ser punida", avisa o cartaz recém-colocado junto ao túmulo, por ordem da Câmara.
Victor Noir, nascido Yvan Salmon, foi morto aos 22 anos, na véspera de seu casamento, pelo impulsivo príncipe Pierre Bonaparte.
A sua lápide é enfeitada por uma estátua de bronze, obra de Jules Dalou: nela, Noir aparece com a boca entreaberta, os braços caídos ao lado do corpo, e um volume generosamente grande sob as calças. Essa "proeminência" é a origem da lenda que, há cerca de 40 anos, segundo a imprensa francesa, transformou a estátua num objecto de culto fetichista: mulheres desejosas de ter um filho visitavam o túmulo para se esfregar na parte mais chamativa da estátua ou na ponta de suas botas.
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